A Mediunidade a Serviço da Ideologia

 


Elias Inácio de Moraes,

Franco Luciano Pereira Pimentel e

Laísa Emanuelle de Oliveira dos Santos

Rolou esses dias um riquíssimo debate no grupo de estudos da AbrePaz, do qual nós três participamos com mais 115 pessoas estudiosas do Espiritismo de todo o Brasil. De um lado, alguns questionamentos instigantes, que nos forçam contra os limites do conhecimento já estabelecido; de outro, a experiência concreta de uma médium que nos obriga a pisar a realidade do cotidiano, com as dúvidas e indagações pertinentes à prática mediúnica. Em ambos os polos, a tentativa de compreender a realidade com base nessa possibilidade de mediação entre o mundo espiritual e as carências humanas na travessia da experiência terrena.

Parece bastante claro pelo que foi pontuado no debate, pelos comentários do grupo e pelo que se percebe nas redes sociais, que vivenciamos hoje uma delicada situação em que a mediunidade tem sido colocada a serviço da ideologia dos médiuns. Livros, mensagens supostamente mediúnicas, com conteúdos ideológicos subliminares e até mesmo explícitos, têm pautado o modo de pensar e agir daqueles que lhes atribuem crédito. É como se a polarização que acontece no mundo dos encarnados tivesse alcançado os próprios espíritos comunicantes.

Este breve artigo reúne em uma síntese as ponderações dos debatedores, analisando a ideologização da mediunidade do ponto de vista das relações sociais estabelecidas no meio espírita como um fenômeno social a ser estudado, para além da simples questão psicológica que caracteriza o transe mediúnico, e que também será levada em conta nessa análise.

A primeira controvérsia que surge é se a mediunidade se presta a farsas como, por exemplo, atribuir aos espíritos pensamentos que, na realidade, são do conteúdo do próprio médium. Nesse sentido parece não haver novidade; mesmo os grupos mais modestos já se depararam com situações em que o médium atribui aos espíritos visões de mundo, opiniões e até recomendações práticas que são suas. O que o médium quer dizer e, por diversas razões, acha que teria pouco valor se enunciado por si próprio, ele atribui intencionalmente aos espíritos. Aí temos a farsa, muito bem pontuada por Kardec em O Livro dos Médiuns ao analisar o “charlatanismo e o embuste”.1

Mas nem tudo é farsa; se não há intencionalidade, não há que se falar em farsa. E aí abre-se outro questionamento quanto ao papel e a interferência do médium nas comunicações mediúnicas. Essa é também uma questão antiga, mas esquecida muito comumente, sobretudo quando se trata de médiuns renomados. Para lembrar que renome não é sinônimo de infalibilidade, o médium e astrônomo francês Camille Flammarion, que psicografou o cap. VI de A Gênese sob a assinatura de Galileu Galilei, se indagou bem mais tarde, em 1923, quando a astronomia já havia deitado por terra grande parte daquelas teorias, se aqueles conteúdos não seriam fruto exclusivo dos seus próprios conhecimentos de astronomia.2

A mediunidade, informam-nos os espíritos, é um sentido natural nos seres humanos, mais ou menos ostensivo e que, conforme estudado por Allan Kardec, pode ser desenvolvido, estimulado, aprimorado mediante o exercício. Se ela comparece de maneira natural em videntes, xamãs, possessos e profetas, no Espiritismo ela se torna objeto de estudo, de experimentação, de uso controlado em uma espécie de laboratório, que são as sessões mediúnicas espíritas, além de largamente utilizada para a produção de livros que abordam os mais variados assuntos.

André Luiz, apropriando-se do conceito de “ondas”, que estava na moda na primeira metade do século XX, nos ajuda a compreender que os médiuns percebem o mundo espiritual por meio de “ondas mentais”, mediante as quais eles traduzem o mundo espiritual para a realidade dos seres humanos.3 Alexandre Aksakof já havia observado que, sob esse aspecto, a mediunidade sempre apresenta um forte componente anímico, não no sentido de invalidação da sua existência, mas como um componente constitutivo da sua própria natureza.4

Nenhuma comunicação pode ser inteiramente atribuída ao espírito autor, sempre há uma participação do médium no conteúdo das comunicações. O vocabulário, parte dos sentimentos ali expressos e em muitos casos até mesmo parte das ideias – quando não todas – são conteúdos próprios do médium, acionados a partir da afinidade de modos de pensar e das visões de mundo dele e dos espíritos que com ele se comunicam. Às vezes até mesmo as intenções são do médium.5

Isso pode ser observado nas sessões mediúnicas das nossas casas espíritas, e o exemplo mais conhecido é a doçura contida nas cartas de entes queridos psicografadas por Chico Xavier, ou o vocabulário mais rebuscado observado nos textos da lavra de Divaldo Franco. Em todos esses casos não resta dúvida de que são características do próprio médium que se manifestam na sua produção mediúnica, enriquecendo o conteúdo em alguns casos, ou limitando-o em outros. Nos casos de produção de conhecimento, o que está por detrás de certos processos mediúnicos é basicamente linguagem, experiência e uma influência espiritual mais ou menos acentuada. Ou seja, a construção cultural histórica na qual o médium se insere é absolutamente responsável por grande parte daquilo que ele produz.

Gunnar Myrdal, economista sueco premiado em 1974, discutindo o conteúdo das pesquisas sociais, observa que todo pesquisador tende a colocar sua valoração, preconceitos e ideologia nas análises que faz da realidade. É a nossa capacidade de valoração que nos permite apreender e compreender a realidade. A valoração é uma intencionalidade subjetiva na qualificação de um objeto, e seu conteúdo tende a ser mais afetivo que racional. Para determinar a objetividade de qualquer estudo é necessário que os instrumentais analíticos sejam expressos, e dentre estes instrumentos está o valor de que o pesquisador é portador. Apropriando essas observações para a nossa reflexão espírita, isto se verifica também nas palestras, artigos doutrinários, nos livros, quer sejam de natureza autoral, quer sejam objeto de produção mediúnica, e até mesmo nas opiniões e comentários expendidos nos diálogos do cotidiano. Conhecendo os valores dos quais as pessoas são partidárias nós podemos dimensionar o conteúdo e os limites das ideias que elas veiculam. Por estabelecer a forma como apreendemos e compreendemos o mundo, o valor tende a formar nossa subjetivação e, por isso, todo o nosso discurso, verbal ou escrito, é sempre uma ratificação de valores concebidos que já possuímos.6

E isso ocorre também com o médium. A mediunidade não é um ato de recepção, como muitas vezes se assevera. Diferente de um rádio ou uma TV, o médium não é uma máquina. A determinação da sua subjetividade como ser humano qualifica-o mais como tradutor do que como receptor. Kardec o considera como um “intérprete”, que traduz o pensamento do espírito; e não se pode esquecer que toda tradução é também um ato de criação pois, ao proceder essa tradução, ele imprime no seu texto ou na sua fala os seus próprios valores e crenças.7

Criou-se uma mitologia que entende a mensagem mediúnica como sendo pura e simplesmente o pensamento dos espíritos, ao pé da letra, e não é e nunca foi este o sentido da comunicação mediúnica. Os espíritos insistem em explicar a Kardec que nem mesmo a chamada mediunidade “mecânica” dispensa a participação do médium. Se Chico Xavier manifestava a capacidade de, em alguns casos, repetir a letra e até a assinatura do espírito comunicante, essa capacidade de expressão é raríssima e não está disponível à grande quantidade de médiuns que escrevem e publicam livros Brasil afora.8

E isso não é de agora; sempre foi assim. O próprio conteúdo da obra kardequiana é comumente mal compreendido por falta dessa perspectiva. Uma análise cuidadosa dos textos mediante comparação com o conteúdo da Revista Espírita deixa claro que em todos os livros de Allan Kardec está sempre presente, em maior ou menor intensidade, a participação dos médiuns e a sua própria na elaboração dos seus conteúdos.

Como sempre existiram pessoas sectárias, racistas, supremacistas, sempre houve nos conteúdos mediúnicos elementos de racismo, de supremacia cultural, de sectarismo, que podem ou não ter sido compartilhados pelos espíritos, além dos elementos estruturais que fazem parte da concepção da própria sociedade em que as comunicações mediúnicas acontecem. Os espíritos não perdem sua humanidade, sua subjetividade e sua falibilidade ao desencarnar e, dessa forma, há entre eles – Kardec deixa isso muito claro em O Livro dos Médiuns – os que são sectários, racistas, supremacistas, mesmo depois de transpostas as portas da imortalidade. Apenas não nos habituamos a fazer esse tipo de análise pelo fato de, no Brasil e por uma série de fatores, o Espiritismo ter se distanciado completamente do método utilizado por Kardec para validação dos conteúdos obtidos por via mediúnica. Por aqui o atributo de ser mediúnico foi confundido com o de ser verdadeiro.

É isso o que explica o fato de nos últimos trinta anos esses contrastes terem tomando corpo e, cada vez mais, assumido uma dimensão de realidade no discurso espírita. A produção de ficção literária espírita aumentou muito ao longo desses anos e grande parte dos médiuns têm se permitido alienar suas possibilidades mediúnicas a serviço de ideologias e outros interesses próprios.

A vivência do Espiritismo, em sua acepção conservadora (nicho e celeiro de produção medianímica)9, até consegue teorizar e explicar a questão da participação do médium nas comunicações, mas não dá conta de corrigir os problemas da farsa mediúnica. E não o consegue por razões muito simples:

a) por não se interessar em fazê-lo; há inúmeros interesses em jogo, sobretudo interesses ideológicos e, para quem esse discurso é favorável, é conveniente fazer silêncio.

b) por ser ele mesmo fonte de toda a criação de produções mediúnicas questionáveis e ideologicamente orientadas.

c) por não possuir uma autoconsciência metodológica para resolver a questão da interferência da sua subjetividade nos conteúdos produzidos.

Sociologicamente podemos dizer que o Espiritismo se encontra diante do desafio de resolver um problema que ele mesmo criou; ou melhor, foi levado a criar. Como grande parte dos discursos religiosos se encontram estruturados justamente no limiar do discurso moral (obediência cega à regra), constituído no tronco arcaico da humanidade, ao aceitar tal moral heterônoma – em vez da moral autônoma que caracteriza a doutrina – a performance espírita passa a se constituir de comportamentos historicamente predeterminados a partir de concepções hegemônicas.

O espiritismo, como alavanca evolutiva para os seres humanos, ao revelar uma nova dimensão da realidade, procede a apropriação desse conhecimento e a sua competência expressiva a partir da própria historicidade dos seres humanos, com seus padrões atávicos e sua constituição social. Léon Denis pondera que o Espiritismo será aquilo que nós resolvermos expressar dele, e a forma como cada um vivenciará isso é personalíssima; não existe um padrão instituído. Por essa razão, mais do que falar em um Espiritismo, há que se falar em Espiritismos, no plural.10

Se a mediunidade é operação de tradução na qual tanto o componente anímico quanto o componente espiritual estão presentes, cabe a nós espíritas comparar os conteúdos das mensagens e livros espíritas com as abordagens científicas e filosóficas do nosso tempo, assim como procedia Kardec. Isso implica em uma análise crítica da produção mediúnica contemporânea que possibilite uma retomada do aspecto progressista do Espiritismo, conforme proposto inicialmente, na direção de uma doutrina não mística, e sim calcada na racionalidade e na ética, com assunção da sua responsabilidade social. A ética é o que nos protege das uniformidades e generalidade de todo estado moralista pessoal. Isso nos possibilitará distinguir o que pode ser, de fato, um conteúdo revelatório e o que é simples manifestação do ponto de vista do médium.

É bem provável que, agindo desse modo, consigamos, daqui a algumas décadas, refletir um ganho de instrução do senso comum. Mas convém não esperar que isso surta efeito imediato, sobretudo nesse momento de polarização política e ideológica. As consequências práticas e teóricas dessa ideologização da mediunidade só terão como ser avaliadas adequadamente bem mais adiante, quando talvez já não seja mais possível reparar os prejuízos disso decorrentes.

1Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, cap. XXVIII. FEB, Brasília/DF, 2005.

2Flamarrion, Camille. As Forças Naturais Desconhecidas, pag. 23. Ed. Conhecimento, Limeira/SP, 2011.

3Xavier, Francisco C. Mecanismos da Mediunidade. FEB, Rio de Janeiro/RJ, 1999.

4Aksakof, Alexandre. Animismo e Espiritismo. FEB, Rio de Janeiro/RJ, 1987.

5Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, cap. XIX. FEB, Brasília/DF, 2005.

6Myrdall, Gunnar. A Objetividade nas Ciências Sociais. Ed. Assírio Alvim. Lisboa, 1976.

7Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, cap. XV item 180. Ed. FEB, Brasília/DF, 2005.

8Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, cap. XIX item 223. Ed. FEB, Brasília/DF, 2005.

9O livro Rumo ao Mundo de Regeneração, da ed. LEAL, publicado em 2020 por Divaldo P. Franco com autoria atribuída ao espírito Manoel P de Miranda, repercute acusações infundadas do ex-ministro da educação Abraham Wheintraub contra as universidades federais (pag. 20) além de insistir no “tratamento precoce” da covid-19 (pag. 156), contra cujo uso a comunidade científica internacional tem alertado em razão de sua ineficácia e dos efeitos colaterais relatados. Também o livro Um Novo Mandamento vos dou da ed. Pedro e Paulo, publicado em 2020 por Carlos A. Bacceli, de autoria atribuída ao espírito Dr. Inácio Ferreira, faz uma menção honrosa a Jair Bolsonaro e a Donald Trump e ainda se presta a uma demonização do Comunismo (pag. 28) e a comentários depreciativos e comprovadamente infundados contra a China, além de uma apologia à “imunidade de rebanho” (pag. 162), considerada ineficaz, defendida mais por motivos econômicos do que por real interesse em prevenir a perda de vidas humanas. Vide estudo em https://pebmed.com.br/teoria-da-imunidade-de-rebanho-para-covid-19-funciona/

10Denis, Léon. No Invisível, introdução. FEB, Rio de Janeiro/RJ, 1996.


Comentários

  1. Poucas vezes li um texto tão bem construído sobre um tema que é sempre negligenciado.
    Estamos deixando o movimento espírita ser guiado por "revelações" desprovidas de lógica e indiscutivelmente equivocadas. Parabéns aos autores.
    Ricardo Baesso de Oliveira - Juiz de fora - MG

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  2. Sempre deveremos REVER ..Percebo que temos e teremos muito a perceber,a medida que em nós amadurece o Conhecimento da REENCARNAÇÃO.Sempre a evolução nos induz a razão,ao bom senso.Lenin MALHANO

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  3. Lamentável observarmos tanto empenho para justificar o ponto de vista de um grupo, que busca desmerecer e questionar a legitimidade de mensagens psicografadas por médiuns, cujas vidas foram e tem sido a de verdadeiros missionários da mediunidade. Denoto o esforço dos autores em atacar para defenderem o seu ponto de vista. Em não aceitando determinados fatos, investem contra as nobres obras psicografadas, em especial a que se refere na nota de rodapé número 9, para que a "sua verdade" seja evidenciada. A comunidade científica não é unânime sob quase nenhum aspecto, e sabemos disso. Temos inúmeras pesquisas científicas a respeito da medicação precoce, não só contra, mas muitas também a favor. Basta pesquisarmos. Mas, trazer a verdade, não é a intenção dos autores deste lamentável artigo, que usando de enxertos respeitáveis da Doutrina Espírita, buscam tendenciar o leitor para conclusões equivocadas. De fato, foi alertado que as Trevas estariam organizadas para atacar aqueles que buscam trazer Jesus de volta. Vejo que o presente artigo representa muito bem esta trágica realidade.

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    1. Você acredita mesmo que Jesus "volta" respaldando as ideias que estão por trás de todo esse discurso? O Jesus que tenho como referência jamais apoiaria tamanha indiferença com vidas humanas, muito menos apologia a tortura, para não falar de estupro e outras atrocidades que têm partido das falas da principal liderança dessas ideias no Brasil. "Se um cego guia outro cego; ambos caem no poço". Se você acredita mesmo nisso, então estamos nos referindo a Espiritismos muito diferentes. Mesmo assim, obrigado por comentar.

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    2. Perfeito, Gisele!
      O artigo apresentado traz e relembra muitos conhecimentos da Doutrina mas que não se prestam, em sequer uma vírgula, aos reais interesses de seus veiculadores e a intenção de embasar opinião pessoal.

      Ou seja, conforme confessado na resposta ao comentário de Robson, vê-se o uso de um tecnicismo doutrinário que aparenta até uma suposta "pureza doutrinária"(?!) para justamente denegrir o médium e a obra, esta cuja a qual apenas retrata a Verdade, os Fatos e os Números, assim como, sim, refletindo o texto o que realmente quer criticar - “Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é” (autor desconhecido) -, pois, usa um pseudo conhecimento da Doutrina para sim defender a sua ideologia através de vitimizá-la por se sentirem afetados em sua preferência, usando a Doutrina para tanto.

      Se Kardec aqui estivesse encarnado lembraria à turma e aos progressistas que, o então materialismo/egoísmo de sua época evoluiu para os "ismos" seguintes, cuja solução, então, seria o afastamento das ideias de Karl Marx ("Obras Póstumas"
      - Acontecimentos 12 de Maio 1856 - Sessão pessoal na casa do Baudin) e na Revista Espírita de Fevereiro de 1863 (trecho abaixo) mais as respostas dos Espíritos às questões 811 e 811-a do Livro dos Espíritos (transcritas abaixo) quanto às Ideias Marxistas e o Comunismo, senão vejamos:

      " Revista Espírita / Fevereiro de 1863 / Sermões contra o espiritismo

      "(...) Se fazemos estas citações é para mostrar a que argumentos estão reduzidos os adversários do Espiritismo para o atacar.

      Com efeito, é preciso estar privado de boas razões para recorrer à calúnia, como a que o representa pregando a desunião das famílias, o adultério, o aborto, o comunismo, a subversão da ordem social.
      (...)"

      " O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Parte Terceira - Das leis morais - CAPÍTULO IX - DA LEI IGUALDADE - Desigualdade das riquezas (QUESTÃO 811 e 811 ”a”):

      811. Será possível e já terá existido a igualdade absoluta das riquezas?
      “Não; nem é possível. A isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres.”

      a) - Há, no entanto, homens que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade.
      Que pensais a respeito?
      “São sistemáticos esses tais, ou ambiciosos cheios de inveja.

      Não compreendem que a igualdade com que sonham seria a curto prazo desfeita pela força das coisas. Combatei o egoísmo, que é a vossa chaga social, e não corrais atrás de quimeras.”


      Ou seja, ao contrário da defesa pretendida pela turma verdadeiramente ideológica, de forma sutil e subliminar e, pior, pela tentativa de descrédito do médium e da obra - cuja sua aprovação, sem perceber o real interesse, só pode se dar por sintonia - desconsidera que “O Egoísmo está intimamente ligado ao materialismo, como lecionado por Allan Kardec.
      Cujas ideias e realização desse vício moral e ético evoluiu em partidarismo por Karl Marx.

      "O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes.

      Allan Kardec - O Livro dos Espíritos.

      Fonte:
      (3) Viagem espírita em 1862 > Discursos pronunciados nas reuniões gerais dos Espíritas de Lyon e Bordeaux > III.

      Obs.: lamentável.

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    3. Concordo plenamente com o autor desse texto, demonstra equilíbrio, ponderação...
      Só para facilitar minha identificação, sou de Juiz de Fora -MG.

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    4. A medicação precoce não tem respaldo científico algum nos círculos acadêmicos científicos respeitáveis apenas algumas fracas publicações de revistas duvidosas.

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  4. Concordo plenamente com todo o texto de nossa irmã Gisele, Jesus voltar é no sentido de não desviarmos da mensagem Dele...
    Passarmos por mais de um ano com a omissão de "espíritas" e pseudos intelectuais, opinando sobre ciência, mas infelizmente por conveniência ideológica. A Doutrina Espírita nos liberta para opinarmos sobre política, o que nos concerne como habitantes da crosta. É paradoxal a citação de L D, pois embasado na Codificação Espírita, Leon Denis combate o socialismo (comunismo) em todas as suas Obras, pelo fato de ser contrário a Lei do progresso.
    Todas as Obras mediúnicas ou não, devem ser analisadas com isenção.
    De acordo com os ensinamentos do Mestre Jesus, o que está de conformidade nas instruções dos benfeitores espirituais, a meritocracia é a rédia para alcançarmos o bem estar, a felicidade...
    Outro fato me estranhou, foi a quantidade de "espíritas" com medo da "morte", inclusive dirigentes de reunião mediúnica...
    Não tenho o direito de julgar ninguém, sobre Nosso honroso Divaldo: será que ele recebeu uma moratória?
    Caso tenha recebido, foi dado pelo Mundo Superior?
    Dariam mais tempo para ele fazer "besteira" com suas faculdades?
    É óbvio que Ele conta entre os encarnados, a fim de cumprir um objetivo nobre.
    No que diz respeito a Obra supra citada, não importa qual Espírito (encarnado ou desencarnado), o que interessa é o conteúdo e é verdadeiro, não basta olhar é nescessário enxergar.
    "Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também"

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    1. Robson, você leu o livro Socialismo e Espiritismo de Léon Denis? Não confere com o que você informou em seu comentário. Causa-me estranheza porque o primeiro parágrafo do capítulo I afirma textualmente o contrário do que afirmou: "Espiritismo e Socialismo estão unidos por laços estreitos, visto que o primeiro oferece ao segundo o que lhe falta a mais, isto é, o elemento de sabedoria, de justiça, de ponderação, as altas verdades e o nobre ideal sem o qual este último corre o risco de permanecer impotente ou de mergulhar na escuridão da anarquia."

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    1. Como já dito em outra "resposta" a outra resposta, o artigo apresentado traz e relembra muitos conhecimentos da Doutrina mas que não se prestam, em sequer uma vírgula, aos reais interesses de seus veiculadores e nem para explicar sua opinião pessoal e de grupo. Pois, o usou de um tecnicismo doutrinário que aparenta até uma suposta "pureza doutrinária"(?!) para justamente denegrir o médium e a obra, reopita-se, esta cuja a qual apenas retrata a Verdade, os Fatos e os Números, assim como, sim, refletindo o texto o que realmente quer criticar - “Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é” (autor desconhecido) -, pois, usa um pseudo conhecimento da Doutrina para sim defender a sua ideologia através de vitimizá-la por se sentirem afetados em sua preferência, usando a Doutrina para tanto.

      Como falado lá antes, se Kardec aqui estivesse encarnado lembraria à turma e aos progressistas que, o então materialismo/egoísmo de sua época evoluiu para os "ismos" seguintes, cuja solução, então, seria o afastamento das ideias de Karl Marx ("Obras Póstumas"
      - Acontecimentos 12 de Maio 1856 - Sessão pessoal na casa do Baudin) e na Revista Espírita de Fevereiro de 1863 (trecho abaixo) mais as respostas dos Espíritos às questões 811 e 811-a do Livro dos Espíritos (transcritas abaixo) quanto às Ideias Marxistas e o Comunismo, senão vejamos:

      " Revista Espírita / Fevereiro de 1863 / Sermões contra o espiritismo

      "(...) Se fazemos estas citações é para mostrar a que argumentos estão reduzidos os adversários do Espiritismo para o atacar.

      OBS: o texto da publicação demonstra um pseudo conhecimento para tentar embasar o verdadeiro interesse da publicação.
      Lamentável!

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  6. Caro Sr. Elias apenas sofismas baseado pequenos trechos de Obras, o que não corresponde só pensamento do autor.
    Onde está a resposta embasada em Bibliografia séria, enviada pelo confrade que parabenizou, meu texto?
    Onde está o espírito democrático?
    Não estando com a razão, censuram os comentários arrolados com excelente basamento.
    Hipocrisia, será esse o caminho do debate?

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    1. Todas as postagens são respeitadas; não excluímos nenhuma postagem. Apenas indaguei se você conhece o livro de Léon Denis porque ele, por si só, defende o que temos sustentado no texto. Também poderia ter citado Connan Doyle, que vê profundas ligações entre Espiritismo, Socialismo e Cristianismo. Sinceramente, não consigo ver é Jesus defendendo o Capitalismo. Mas respeitamos todas as opiniões.

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    2. Sr. Elias não falte com a verdade...
      O texto embasado em uma bibliografia complementando-os foi publicado duas vezes pelo confrade, como revelei anteriormente.
      É lamentável.

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    3. Prezado Sr. Robson de Souza, como o senhor mesmo disse, contra fatos não há argumentos. Há muitos médiuns atualmente colocando suas possibilidades mediúnicas a serviço de ideologias de Direita e até de Extrema-Direita, infelizmente.
      Nosso texto se fundamenta em Kardec que, a nosso ver, é a principal referência teórica para esse tipo de análise.
      Mesmo assim, respeitamos o seu direito de discordar das conclusões a que chegamos com nossa análise e estimamos que também publique as suas conclusões provando o contrário com argumentos consistentes, de preferência fundamentando também na obra de Allan Kardec.

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    4. Sr. Elias, está muito claro o viés ideológico/político/partidário em seus dizeres, um deles: "médiuns de direita e médiuns de extrema direita".
      Em nenhum momento o Sr. atenta para a bibliografia citada no debate, levando-se em consideração a forma aveludada em que foi transcrito o artigo de origem as opiniões públicas, o qual infelizmente não tem o objetivo e caráter filosófico, científico e religioso.
      Partimos para as colocações em questão:
      Meu corpo, minhas regras/Meu corpo, minha responsabilidade;
      Liberação das drogas;
      Ideologia de gênero;
      Pedofilia sendo legalizada;
      Excesso de proteção ao deliquente, em detrimento da vítima;
      "Lei do menor esforço"/aumentando o número de dependentes do poder público;
      Militância de analfabetos funcionais;
      Defesa do aborto;
      Mal uso da máquina pública;
      O "quanto pior melhor";
      Pessoas com capacidade de produzir, vivendo às custas do poder público; cabides de emprego...
      Um Espírita convicto não defende essas barbearias, meritocracia através da Lei do trabalho e Progresso (em suas devidas proporções).
      Por não ser objetivo dos debates, pelo menos por parte do autor (s), passo a despedir-me, por não haver progresso, tendo em vista que o terreno, a meu ver, por enquanto é infértil no propósito do Nazareno.
      O tempo irá nos favorecer a todos, basta sabermos aproveitar as lições.
      Cordialmente me despeço agradecido por ter podido participar.
      Sr. Elias, com todo respeito que nos devemos, lhe desejo muita paz.

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  7. Excelente análise e perspectiva do texto, caro sr. Elias.
    Independente das citações bibliográficas- úteis e necessárias em qualquer avaliação que se faça sobre conteúdos e conceitos cristalizados, e por extensão, discutíveis pelo passar do tempo - temas que questionam o "igrejismo espiritista", incomodam àqueles que se assemelham aos sepulcros caiados.
    Fustigar no debate a aspectos dogmáticos da doutrina espírita, em quaisquer ambientes , significa assestar armas contra o que se convencionou INTOCÁVEL. Não aceitar, tacitamente, as visões tendenciosas e ideológicas de palestrantes, autores ou dirigentes de casas espíritas significa cuspir na cruz de Cristo, que, curioso é, entregou Sua vida, no sentido de demover e ampliar atitudes, mentes e corações dos homens em Sua época.
    Ao se conhecer as mensagens do Nazaneno, constata -se que Ele foi cristalino em Seu propósito de Amor.
    É absolutamente improvável que Ele, por tão cabais demonstrações de respeito humano, aliar-se-ia a facções que preconizam, historicamente, o exato contrário presente em Sua passagem por esta orbe.
    Pena que se achem tão empedernidos os que se julgam senhores de uma doutrina. E há muitos desses, espalhados e escondidos nas páginas da pseudo doutrina que ataca, viola, destrói e tenta legitimar a vergonha social e a destruição moral de um povo crédulo e, por esse aspecto, manipulável, para ser mantido escravo do sectarismo.
    Parabéns,Sr. Elias. Magistrais os seus registros.
    Carlos Sales Morici -BHte.

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    1. Muito obrigado pelo feedback, Carlos. Vamos juntos; somos muitos!!!

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    2. Cato Sr. Carlos Sales, com todo respeito as suas colocações que não passam de paradoxal, haja visto afirmar ser disponível, segundo o posicionamento sectário daqueles aos quais defendem o
      " o novo espiritismo", descaradamente dispensando a bibliografia seria e basilar.
      Não nos contamos no número dos "engessados", porém nos estudiosos da Doutrina Espírita e no seu desenrolar progressivo, em conformidade com o progresso do Espírito.
      Contudo, da forma em que os detratores hodiernos do espiritismo atuam, tornou-se patente, para não dizer patético, pois contra fatos não existem argumentos...
      Médiuns como o Divaldo P. Franco, realmente, podem falhar também, porém as ideologias contrárias não são constituída de intelectualidade e menos ainda moralidade, para tentar denegrir a imagem do Médium em questão.
      Menos ainda atacar a Base Doutrinária.
      Robson de Souza JF - MG

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    3. Perfeito, Robson!
      Aquela turma e os "espíritas progressistas" sempre arrumam artifícios para tentar fazer valer sua ideologia, está a qual desde há muito combatida por Kardec (materialismo/egoísmo) e por Chico Xavier (ideias ou ideologia nefasta) - ah! Não é bibliografia, mas fatos como já citados noutros comentários.
      Lamentável, como semipre. Quanto mais mexe...piora!

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    4. Com relação a todos os comentários, referentes ao artigo do Sr. Elias, faço coro com F.C.F., Robson e Gisele, acrescentando que: antes de criticarmos o nobre Divaldo Franco e sua mais recente obra (deixo de citar Carlos Baceli por não conhecer suas obras), devemos nos lembrar que Jesus nos ensinou, "Reconhece-se uma árvore pelos frutos que ela dá", As obras (frutos) de Divaldo respondem por ele ou estou enganado?
      Quanto ao pensamento dos "Espíritas progressistas" que o Sr. Elias representa, tenho a dizer apenas, pelo que estudei e entendi, que o Espiritismo é EVOLUCIONISTA e não progressista.

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    5. Ótima e pertinente ponderação, amigo A. O., que resume bem o que vemos aqui pelo texto principal e a real intenção de seus autores.
      Uma lástima essa turma ideológica ("acuse-os do que você faz chame-os do que você é") e os respectivos progressistas infiltrando no Movimento Espírita essa "ideologia nefasta" e o material(ismo)/egoísmo, estes disfarçados dos partidar(ismos) decorrentes das ideias de Karl Marx.
      Os incautos e invigilantes, apenas veem mas não enxergam e escutam mas não ouvem o que está acontecendo, e, ante a mesma invigilância, alguns desavisados fazem coro e saem falando sem nada dizer quanto a essas opiniões pessoais e de grupo.
      Triste!

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    6. Ideologia de Direita ou de Esquerda. Os amigos têm consciência do significado da palavra "ideologia"? Em tempo: a afirmação de que a Doutrina Espírita é "progressista" é do próprio Allan Kardec, e o Espiritismo nada tem a ver com os valores do Capitalismo e da Direita, que são o individualismo, a competição, o lucro e a acumulação de riquezas. Ao contrário, o Espiritismo defende a prioridade para o interesse dos outros, a cooperação, o desinteresse e o desapego às riquezas.

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  8. Parabéns pelo excelente texto! Gratidão por oportunizar o debate e a reflexão. Aprendi lendo e estudando Allan Kardec que a fé deve ser raciocinada e que temos o direito do livre pensar. E principalmente em termos de mediunidade nos ensinou que deveríamos utizar o pensamento crítico antes de aceitarmos as ideias dos espíritos. Parabéns por oportunizar uma leitura contextualizada e atualizada sobre a mediunidade.

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  9. Caro Elias, não me contive em parabenizá-lo pelo excelente artigo. Tive o prazer de ler também os comentários até aqui. Tenho observado poucas ponderações nas falas que se nos apresentam em artigos (como este), livros, palestras e principalmente nas produções mediúnicas, (contrário ao que se vê em Kardec e ao apelo que ele faz para uso da razão). Essas falas se tornam mesmo excelentes quando mexem com as convicções das pessoas. As reações negativas são um bom sinal a qualquer articulista. Aqui vê-se um bom laboratório comprobatório das teorias de um escritor ateu, americano, Michael Sherman em o Livro Cérebro e crença. Impressionanate!! Quanto se tem crença em algo ou em alguma ideia e se depara com com o que vem ao encontro ou de encontro com essas crenças o próprio cérebro aceita ou rebate, sem passar pela razão. Isso, parece-me, com clareza estar acontecendo com a maioria de nós espíritas! Não estamos lendo o contraditório para entender o que o outro quis dizer, mas sim pelo simples ato compulsivo de rebater. Afinal, mexeu com nossa crença!! O que se diz não importa. A mensagem em si não importa!!
    Mas, voltando ao tema de seu artigo, um amigo, também estudioso da mediunidade, certa vez me disse: "...seria os médiuns mais honestos se dissessem de suas produções mediúnicas que eles (médium e espíritos) disseram isso ou aquilo no lugar de atribuir somente ao espírito. Afinal, ser um 'bom médium' confere mais credibilidade..."!!! Isso nos mostras que nós médiuns não estamos isentos das armadilhas do inconsciente.
    Parabéns!! É muito bom ler o que escreves!

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  10. Acredito que qualquer representante do movimento espírita tem muita responsabilidade naquilo que veicula publicamente, ainda mais uma figura tão representativa como o médium Divaldo Franco. Todos, sem exceção, deveriam se abster de tomar partido político publicamente e infelizmente Divaldo não se absteve em tomar partido às vésperas da eleição de 2018 e após publica uma obra onde se pode ler trechos coincidentes às ideias do partido apoiado na sua entrevista pública. Acredito também que todos desejamos a tão esperada "igualmente, fraternidade e liberdade" e, como todos demonstram conhecimento da moral espírita cabe aqui a pergunta. Será que precisamos de tantas discussões assim para vivermos nossa crença? Aí vocês perguntarão, então por que você está participando aqui? Por que procurava encontrar o trecho sobre o vírus ter sido criado no laboratório. Porque lembro que na época da gripe aviária, Bezerra de Menezes tbm através de Divaldo trouxe a ideia da nossa mente em desalinho manter as epidemias no nosso mundo, o quê seria pra mim mais coerente doutrinariamente falando, e sem tanto "barulho" de comunicação. É só um opinião que todos temos livre arbítrio para expor e evolução intectual para possuir. Grande abraço para Elias e todos aqui.

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